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AS RECOMENDAÇÕES PARA O APERFEIÇOAMENTO DO ACORDO
O estudo de aperfeiçoamento do Acordo tem como base ortográfica fundamental o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), e como base acessória as Bases Analíticas do Acordo Ortográfico de 1945.
A Comissão do ILLLP reconhece a necessidade de aperfeiçoar as disposições das reformas ortográficas anteriores, obras da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras, no sentido de uma maior regularização da escrita portuguesa. Para atingir esse fim, avançamos com um primeiro trabalho, resultado de um estudo minucioso e crítico de listas de grafias que sofrem alterações com a aplicação da nova ortografia.
Conscientes de que o presente estudo poderá ser alvo de crítica, por contrariar, em certos pontos, a prática corrente da aplicação das novas regras de escrita e por propor melhoramentos, sobretudo no que diz respeito à recolha de novas colheitas vocabulares, confiamos, ainda assim, que, desta forma, a Academia possa dar um forte contributo, imputado pelo seu dever estatutário, e avance com a sistematização de critérios e orientações, em prol de uma maior regularização e, por consequência, defesa de um bom português escrito.
A escrita é uma convenção, que tem por objetivo a representação da linguagem falada, e está, portanto, sujeita a mudanças. Encaramos, por isso, com naturalidade algumas alterações.
A futura publicação não será um tratado de ortografia, mas antes uma proposta de aperfeiçoamento de alguns pontos do texto de 1990. Um contributo que resulta de uma reflexão em torno da aplicação da nova ortografia e sobre algumas particularidades e subtilezas da língua portuguesa.
Convém esclarecer o que se entende por «aperfeiçoamento»: aperfeiçoar o Acordo Ortográfico não significa rejeitar a nova ortografia, mas antes aprimorar as novas regras ortográficas e retocar determinados pontos.
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Com a base no princípio fonético, a nova ortografia cria palavras que não existiam no sistema ortográfico português, por exemplo, o caso de receção, que tem sido a grafia oficial em Portugal, mas recepção também é aceite porque é pronunciada com p no Brasil.
Maiores dificuldades surgem quando existe variação dentro do mesmo espaço geográfico, quando o próprio falante tem dúvidas se pronuncia, ou não, a consoante.
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Propõe-se a reposição do acento: em pára e quando entra em compostos separados por hífen (Base XV, 1.º) para não se confundir com a preposição para; em péla e pélo/pêlo para não se confundir com as contrações pela e pelo.
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Nas formações com o prefixo re-, mesmo nos encontros de vogais iguais ou quando o segundo elemento inicia por h, não se emprega o hífen, como em reescrita (re-+escrita) ou reabilitar (re-+habilitar).
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Segundo a nova ortografia, as locuções de qualquer tipo não são hifenizadas, o que, na verdade, não apresenta qualquer alteração relativamente ao texto de 1945. No entanto, quando se escreve «salvo algumas exceções consagradas pelo uso», consideramos que existe um descuido de redação, ponto que tem provocado ambiguidade e diferentes interpretações.
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Os vocábulos iniciados por ântero, ínfero, íntero, látero, póstero e súpero não perdem a sua individualidade morfológica, e, por isso, devem unir-se por hífen ao elemento seguinte.